sábado, 5 de maio de 2012







A escola é um espaço privilegiado para facilitar o acesso de livros aos alunos, porém a criação de estratégias para incentivá-los a tomarem o gosto pela leitura faz parte do ofício docente.

A oportunidade de ler está vinculada à disponibilidade e à variedade de livros e, com o advento da Internet, ampliou-se o universo da matéria escrita. Assim sendo, podemos crer que a tecnologia afeta a educação profundamente e não pode ser ignorada, pois ela está presente no cotidiano de grande parte das pessoas. Portanto, o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no contexto escolar, constitui elemento estimulador para as práticas leitoras. Além disso, devemos acreditar que é papel da escola contribuir para a formação dos alunos, no que se refere à construção de critérios para seleção da matéria a ser lida.

Emília Ferreiro, numa entrevista, afirma que para o cidadão exercer seus direitos é preciso estar capacitado para fazer uma leitura crítica das mensagens escritas – uma leitura compreensiva que permita comparações, extraia consequências etc. Vai além quando é questionada sobre a chegada dos computadores:

A presença da escrita na tela do computador é hoje um fato universal. A tecnologia da informação e da comunicação está trazendo mudanças importantes não apenas no mercado de trabalho, mas também nas práticas de leitura e escrita. (FERREIRO, 2008)

Também caracteriza o texto no computador, associando-o à Antiguidade:

Navegar na internet exige um comportamento do leitor bastante diferente do comportamento que ele tem diante do livro. Para começar o texto circula na tela no sentido vertical. Lembra a manipulação de um rolo, como se fazia na Antiguidade Clássica, antes da invenção do livro, o qual  manuseamos virando páginas ( FERREIRO, 2008)

Enfatiza que a escola não valoriza as habilidades de seleção - eleger o que serve e o que não serve - e que é responsabilidade da escola pôr as crianças em contato com o que haja de melhor em seu tempo.

Numa palestra em São Paulo, no dia 29 de março, no auditório do Museu de Arte de São Paulo (masp), promovida pelo Centro de Estudos da Escola da Vila, Emília Ferreiro fala sobre a cultura letrada:

Graças às Novas Tecnologias, talvez seja mais fácil introduzir a criança à cultura letrada. As Novas Tecnologias são muito poderosas e não tem sentido perguntar se são boas ou más, se servem ou não. A cada dia há mais escolas conectadas em rede, tudo indica que o acesso à Internet vai se proliferar como aconteceu com o celular.`(FERREIRO, 2008)

A dinâmica oferecida pela tecnologia atrai o público, principalmente o discente que tem a necessidade de ser primeiramente atraído pelo texto, através de ilustrações e ou sonoridade.

Outro aspecto a ser considerado é que as facilidades que a tecnologia oferece oportuniza ao professor “n” possibilidades para o preparo de suas aulas. É importante frisar que estamos na era digital e estar online não significa estar inserido na cibe cultura. A triagem de informações é a base para escolha e só se podem escolher quando são oferecidas opções.

Silva diz sobre a necessidade de a escola utilizar a tecnologia como parceira:

Se a escola não inclui a internet na educação das novas gerações, ela está na contramão da história, alheia ao espírito do tempo e, criminosamente, produzindo a exclusão social ou a exclusão da cibe cultura. (SILVA, 2005)

Moran também afirma que nem tudo que se encontra no mundo virtual pode ser bom, mas que a manipulação é o que dá condições de o leitor aprender se é ou não.

O estar no virtual não é garantia de qualidade (esse é um problema que dificulta a escolha), mas amplia imensamente as condições de aprender, de acesso, de intercâmbio, de atualização. Tanta informação dá trabalho e nos deixa ansiosos e confusos. Mas é muito melhor do que acontecia antes da Internet, quando só uns poucos privilegiados podiam viajar para o exterior e pesquisar nas grandes bibliotecas especializadas das melhores universidades. Hoje podemos fazer praticamente o mesmo sem sair de casa. (MORAN, 2008)

http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1723